31 dezembro, 2010
2010
30 dezembro, 2010
Melhores filmes de 2010
A Serious Man
An Education
As melhores coisas do mundo
Avatar
Black Swan
Cabeça a Prêmio
Carancho
Carlos
El secreto de sus ojos
Fish Tank
Gake no ue no Ponyo
Hanami
Inception
Kick-Ass
Mary and Max
Shutter Island
The Ghost Writer
The Hurt Locker
The Social Network
Toy Story 3
Triangle
Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro
Two Lovers
Viajo porque preciso, volto porque te amo
Where the wild things are
Cabe agora a tarefa de separar e ordenar os cinco filmes de que mais gostei neste ano, para facilitar meu lado, eliminarei aqueles que são oficialmente produções de 2009.
Eis a lista:
Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro - José Padilha
Cabeça a Prêmio - Marco Ricca
Black Swan - Darren Aronofsky
As Melhores Coisas do Mundo - Laís Bodanzky
Toy Story 3 - Lee Unkrich
10 novembro, 2010
Silêncio
“Las palabras ocultan la incapacidad de sentir”, ABC (Suplemento ABC Literario), Madrid, 9 de Agosto de 1996
In José Saramago nas Suas Palavras
01 novembro, 2010
O inimigo agora é outro
Vale relembrar o que escrevi sobre o Tropa de Elite original no blog de Londres:
Primeiramente, deveria ser decretado que todo mundo que assistiu a Tropa de Elite deveria ver Ônibus 174, longa anterior do Padilha. Não por acaso, os dois personagens centrais tem o mesmo sobrenome. Cap. Nascimento foi batizado em cima de Sandro do Nascimento, o sequestrador do ônibus no Jardim Botânico, segundo afirmou o próprio diretor no Programa do Jô. Os dois Nascimentos são “monstros”, contudo, à exemplo da criatura de Frankstein, estes monstros tem um criador, a Sociedade.
Embora Nascimento seja o narrador do Tropa de Elite, e a figura forte e carismática de Wagner Moura nos leve a uma próximidade com o personagem, a grande história do longa é a de André Mathias. E a criação deste novo “monstro” que acompanhamos nas quase duas horas de projeção (ou no DVD ou no computador). E a cena final é fenomenal. O que esperamos do último ato de Mathias? O que devemos esperar? Que ele atire e tenha o “coração”(ou a falta dele) para substituir Nascimento? Ou que ele se recuse a cometer ato de tamanha arbitrariedade e brutalidade? Aposto que pouquíssimo torcemos pela segunda hipótese. E a tela branca deixa aberto a conclusão, não do tiro, que fatalmente foi dado no rosto do traficante, mas do personagem e a nossa mesma enquanto agentes dessa trama.
Tropa de Elite é um filme difícil, pode sim gerar “efeitos colaterais”, mas como disse Pablo Villaça; “É infinitamente mais recompensador assistir a um filme que estimula a discussão e a auto-análise do que um que, por covardia ou falta de ambição, limita-se a seguir a corrente do politicamente correto.”
Pois bem, na continuação Nascimento, agora Coronel, continua um monstro. e vemos o que ser um monstro ocasionou na vida dele, profissional e pessoal. Entretanto, ele agora está diante e em meio a monstros piores que ele. O sub-secretário de segurança do governo do Rio, Coronel Nascimento, torna-se vítima nesta nova trama. Mas, não se trata de uma história de bandidos e mocinhos, Nascimento não é um herói ilibado, nem o é o Deputado Fraga, contraponto dele no filme.
Tropa 2 deixa de apontar o dedo para o tráfico e para os usuário de classe média. A mira agora é nas milícias e nos políticos. E nisso o filme ganha força. Diversão é, sem dúvida, mas com crítica e reflexão. Ninguém sai incólume do cinema. O filme vai deixar o espectador revoltado, ou desanimado, ou assustado, ou vai despertar seus instintos humanistas, ou revelará sua face fascista; dentre outras possibilidades. Não resta dúvida de qual atitude Mathias tomou no fim do primeiro filme. E foi a mesma infelizmente escolhida por grande parte da população nacional.
A parte das inúmeras questões ideológicas levantadas, o novo filme tecnicamente se supera. A fotografia de Lula Carvalho é mais interessante. A montagem de Daniel Rezende é eficiente, como é o roteiro de Padilha e Mantovani. O destaque, mesmo, para mim fica com o elenco. Preparado por Fátima Toledo, não há uma má atuação sequer. Temos sim um punhado de atuações magistrais. A começar pelo epílogo com Seu Jorge arrasador. André Ramiro novamente muito bem, um ator que quero ver em mais trabalhos. André Mattos que sempre admirei, mostra também força dramática. Milhem Cortaz se reafirma e Sandro Rosa surge como grata novidade e uma pergunta: "como nunca vi este cara antes?". Irandhir Santos prova que é a melhor revelação do cinema brasileiro desde... Wagner Moura. O nome do filme é sim Wagner Moura, nas palavras de Domingos Oliveira; "insuportavelmente sincero". Wagner é o melhor ator brasileiro e ponto final. E olha que ele só tem 34 anos.
Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro se tornou fenômeno de público. Pela primeira vez na história o cinema nacional tem maioria nas salas exibição do Brasil. A distribuição inclusive foi independente. Wagner Moura como produtor do filme vai embolsar mais de milhão de reais e artista competente e responsável que é vai de certo reaplicar parte em outras boas obras de arte, no teatro, cinema etc.
22 outubro, 2010
Esperando: O nascimento
Esperei, maturei e desisti de escrever sobre este momento, indescritível. Tudo que escreva sobre o nascimento da Manuela será injusto com a realidade, quase surreal, daquela vivência no cerne do natural.
Convém dizer que recomendo veementemente o Parto Natural, com participação ativa da mulher e irrestrita do pai.
No mais, fico com os olhos mágicos que me calam…
P.S.: Quem não leu, veja o Breve Relato de Julieta.
17 setembro, 2010
Esperando: o trabalho de parto
A chuva veio antes da Manuela, mas ela não tardaria. As contrações estavam ficando mais fortes e mais amiúde. Ainda tentávamos dormir nos intervalos, e éramos despertados, ela pelas dores, eu pelos gemidos. Quando vinham as contrações era impossível para Julieta permanecer deitada, a parede era sua melhor amiga. Por volta de duas e meia da manhã, ficou impraticável voltar a dormir, as contrações estavam muito frequentes. Eu, com o celular, media os intervalos e a duração. Fazia massagens na lombar tentando aliviar o incômodo e andava pela casa nos intervalos. Mais tarde, sentada na bola, Julieta encontrou uma posição de conforto, e passou a ter as contrações em silêncio meditativo.
Eram quase seis da manhã, com sol já nascendo e sem chuva, quando liguei de novo para a Doula Mariana. Tomei café como pude, já tinha tomado um energético para ficar mais desperto, mas sono era a última coisa na minha cabeça. Passado um tempo, Mariana chegou e passou a acompanhar a Julieta. Foram para de baixo do chuveiro, Julieta na bola usando a água quente como anestésico. As contrações já vinham de três em três minutos, Julieta fez um toque e achou que já sentia a cabeça da Manuela bem baixa. Era hora de ligar para a Dra. Daniela, antes liguei para o hospital para saber se a suíte PPP estava liberada. Estava tudo certo para partirmos para a Maternidade. Eram oito e vinte.
No carro Julieta ficou de joelhos no banco traseiro, com a cara no encosto, Mariana a assistindo. Dirigi em silêncio e com cautela, passando devagar nas lombadas, não obstante, a viagem não foi agradável para Julieta, como não poderia deixar de ser. Deixei-as na porta da Maternidade e fui estacionar. Julieta pediu que chegando no quarto ligasse para sua mãe. Ansioso, liguei assim que estacionei, bem como para minha mãe. Fui fazer a ficha na recepção enquanto ela foi ser examinada, antes da admissão. Liguei para o eu irmão e pedi que avisasse no trabalho que não iria. Julieta e Mariana apareceram revoltadas com o mau atendimento da médica que a examinou, que foi grossa, só disse que havia pouca dilatação, e desacreditou a chance de um parto normal, até desdenhando da vontade nossa. Julieta subiu para a suíte PPP enquanto eu terminava os acertos da admissão. A recepcionista era a mesma que nos apresentou a PPP, quarto onde a parturiente pode ficar no trabalho de parto, dar à luz e ficar o dia seguinte com o recém-nascido. Quarto que a tal médica de plantão disse não existir neste hospital. Quando terminei os procedimentos, Mariana me ligou dizendo que Julieta me queria com ela. Na portaria encontrei com a Daphne, a Doula suplente, que não pode subir a princípio. Dra. Daniela me ligou e pediu notícias, estava a caminho. Subi e encontrei Julieta na bola, concentrada.
Depois de um tempo lá em cima, a Daphne conseguiu subir, logo chegou a Daniela, obstetra. Fez na Julieta o exame de toque e constatou apenas três centímetros de dilatação, as contrações tinham também se espaçado com toda a locomoção até o hospital. Alguém entrou e disse que as avós estavam lá embaixo, desci então com a Daphne e lhes explicamos que o trabalho ainda estava incipiente e levaria ainda longas horas. Elas voltaram para seus afazeres e eu fui fazer um lanche, já eram quase dez da manhã.
De volta ao quarto, a coisa tinha pouco evoluído, mas as contrações voltaram a ficar mais frequentes. Chegou um momento em que elas aconteciam a cada minuto e duravam cerca de um minuto também. Julieta fazia sons, recebia massagens, ficava sob o chuveiro morno e passava bem pelas contrações. O segundo toque foi protelado enquanto pôde, os batimentos cardíacos da Manuela eram monitorados de tempos em tempos. A dificuldade passou a ser conciliar uma posição em que a Julieta ficasse confortável e a médica pudesse medir bem a frequência cardíaca.
Julieta permaneceu de jejum, se hidratando com água, isotônico e água de coco. Ofereceram-me almoço diversas vezes, mas estava sem apetite. As doulas também acabaram ficando em jejum. A pediatra de plantão era a Dra. Nanci com quem havíamos conversado, pois a Dra. Soraya viajaria no feriado. Acabou que ficamos confortável com a coincidência e nem ligamos para a Soraya.
O segundo toque acabou ocorrendo, não sem certa resistência, com a Julieta em quatro apoios, pois as contrações não davam trégua. Chegara a cinco centímetros. Não demorou meia hora para que um novo exame mostrasse sete centímetros de dilatação, era meio dia e meia e a coisa parecia começar a se acelerar.
Houve um momento de tensão, não sei precisar bem quando, mas os batimentos da Manuela tinham se alterado e obstetra cogitou descer com a Julieta para o bloco. Foi um balde de água fria. Desnecessário, pois ela sim diminuía a frequência cardíaca e logo recuperava, mas só durante as contrações ou quando a Julieta estava numa posição desconfortável. Julieta aprendeu a respirar com a filha e a cada novo monitoramento seu coração se mostrava perfeito.
Julieta praticamente não saía mais do chuveiro, na bola, de joelhos, escorada na parede, como o corpo lhe pedisse. Fui até a antessala me deitar um pouco e tentar descansar. Foi quando a Flávia me ligou de São Paulo, após ler o post sobre a 41ª semana. Disse-lhe para ficar atenta ao twitter onde postaria uma mensagem assim que a pequena nascesse. Mal consegui cochilar, meu coração batia forte, pela falta de sono, pela ansiedade, pela emoção. Levantei a uma e quinze, joguei uma água no rosto, não demorou a Julieta me chamou, me queria por perto, sentia agora uma vontade de fazer força, Mariana apontou como um bom sinal. Nos próximos minutos Julieta mudou de fase, entrou como que noutro plano. De mãos dadas comigo, vocalizava, meio que se animalizava. Com doçura gritou, Vem Manuela, vem minha filha. Chorou. E fez chorar as mulheres que a acompanhavam. Trouxe-me para mais perto do parto, do portal que se abria para a chegada da nossa filha.
A próxima hora e meia foi de muita luta, à exaustão, não havia, contudo um adversário. Com o corpo claramente transformado, Julieta foi para a cama onde ficou de cócoras apoiada num aro de metal. A pediatra já foi sendo alertada, a obstetra foi se paramentar. Uma toalha úmida na testa apaziguava Julieta, que estava pronta. Nove meses de gestação, leituras, vídeos, conversas, doze horas de trabalho de parto, contrações, concentração, gana, a prepararam para aquele momento.
07 setembro, 2010
Esperando: semana 41
Julieta entrou numa de andar para todo lado, tudo para facilitar que a pequena viesse naturalmente. E toma suas bolinhas de homeopatia de 15 em 15 minutos.
Com a pediatra viajando no feriado de independência, combinamos com uma colega da Tia Sônia, que ela acompanharia o parto, se Manuela viesse neste período. Pelo menos a obstetra desistiu de viajar. Também estão em Cabo Frio, meus parentes, minha mãe voltaria a qualquer chamado nosso.
O fim de semana passou com tranquilidade e sem novidades, Julieta acordou sábado mais irritadiça, mas no fim do dia já estava de bem, no aniversário da Alice. Domingo foi mais de ficar em casa, só saímos para almoçar e ir ao supermercado. De tardinha descemos para a piscina onde Julieta fez bastante exercícios.
Na segunda estava no trabalho quando a Julieta me ligou, desconfiada de que tinha expulsado o tampão mucoso. Em conversa com a Mariana, Doula, ficou confirmado, só podia mesmo ser o tampão. À tarde, Julieta fez uma sessão de massagem com a Mariana, e quando fui buscá-la fomos convidados a um chá com ela e o marido. A massagem e o chá supostamente ajudam no estímulo ao TP.
7 de setembro, nosso aniversário de 2 anos de casados. Na madrugada nada, parece que Manuela vai mesmo deixar a data exclusiva para nós. Depois do café, conversando com a mãe no telefone, Julieta sentiu definitivamente o resto tampão saindo, agora sem margem para dúvidas. Em seguida, mais piscina e exercícios, almocinho para comemorar o aniversário de casamento e filme que não chegamos ao fim.
As contrações aumentaram, mas ainda bastante irregulares. Mesmo com elas se intrometendo de quando em quando, fomos ao Pizza Sur, celebrar. De volta, é hora de descansar.
Parece que vai ser 8/9/10!
31 agosto, 2010
Esperando: mês 9
Passei meu primeiro dia dos pais, com a rebenta no ventre. Ano que vem vai ser ainda mais divertido.
Ganhamos da Andreza a banheira, toda ergonômica, a luminária que faltava para o quarto dela chegou de Petropólis, com o carinho de Apolinário e Chris. Várias outras lembrancinhas acabaram de completar a decoração. O balde para banho genérico que comprei chegou, bem como o Sling, que a Julieta adorou, e ainda as fraldas de pano modernas que experimentaremos.
Houve aqui em casa, promovido pela Doula só para mulheres, um chá de despedida da barriga, de bençãos, com direito a escalda pés para a grávida.
Conseguimos participar do encontro do Núcleo bem nascer, deste mês, e tivemos ótimas conversas com os obstetras, Marco Aurélio e Quézia. Foi bom para acalmar nossa ansiedade. Se necessário for, estamos apostando nos métodos naturais para estimular o parto e fugirmos de uma cesárea.
Julieta tem se sentido bem, e os últimos ultrassons só mostram o quanto Manuela está saudável e com ambiente favorável para esperar o quanto precisar.
Domingo fomos ao maravilhoso Inhotim com Alice que se mudou do Rio para cá e vimos o mágico show do Uakti. Depois foi a festinha de 2 anos do Gabriel que estava exultante de alegria.
Hoje é dia 31 de agosto, data com que a Julieta sonhou ano passado, não calhou da nossa filha nascer neste dia, mas é um dia especial ainda assim e mais especial será o dia em que finalmente a conhecermos.
13 agosto, 2010
weezer is LOST
O single "Memories" não empolga nada. Em novembro do ano passado escrevi sobre o Raditude, e nesse quase um ano praticamente não ouvi o disco, na verdade acho que nunca ouvi ele inteiro de uma vezada prestando atenção.
Ficam as memórias do tempo em que Weezer era tudo de bom.
Pegando a deixa da brincadeira do Rivers Cuomo (que só agora começou a ver Lost), traço uma analogia que já me ocorrera antes, entre a banda Weezer e a série Lost.
As três primeiras temporadas de Lost são excelentes.
Os três primeiros discos do Weezer são excelentes.
Continuei acompanhando Lost e gostando, depois disso.
Continuei acompanhando Weezer e gostando, depois disso.
Havia episódios muito bons nas temporadas um tanto falhas.
Havia músicas muito boas nos álbuns um tanto falhos.
Por apego vi Lost até o final.
Por apego ouço Weezer até hoje.
Ver "Walkabout" (Quarto episódio da primeira temporada) passou a ser uma triste lembrança de como Lost já foi bom.
Ouvir "Buddy Holly" (Quarta faixa do primeiro álbum) passou a ser uma triste lembrança de como Weezer já foi bom.
Como fã é duro assumir que o final de Lost foi bem fraco.
Como fã é duro assumir que Weezer está bem fraco.
Para sempre Lost será uma referência pop, para mim e quero rever com meus filhos.
Para sempre Weezer será uma referência pop, para mim e quero ouvir com meus filhos.
Fico por aqui, Namastê =w=
30 julho, 2010
Esperando: mês 8
Decidimos o local do parto, Maternidade Unimed, mais especificamente na suíte PPP (pré-parto, parto e pós-parto), onde ela vai nascer e permanecer todo o tempo conosco. A ideia e ter o parto sem analgesia e com participação ativa da mãe. Contratamos uma Doula que vai ajudar em todo o processo, desde lá de casa.
Participamos de mais uma etapa do curso de Parto Normal do Núcleo Bem Nascer, esta sobre amamentação, foi também muito proveitoso. Mês que vem acho difícil de ainda estarmos grávidos, mas pode ser.
Estamos nos munindo dos melhores aparatos para melhor cuidar da Manuela, depois falo mais deles. O Xande também trouxe dos EUA muitas coisas para ela, bonitinhas e práticas. Ganhamos o carrinho, e a banheira já está prometida.
Manuela continua mexendo muito, sem parar, Julieta vai sentir falta. Mas nesta altura a barriga já começa a pesar; o nono mês, dizem, não é fácil.
12 julho, 2010
Personagens e Imagens da Copa 2010 (para além do futebol)
Ei-la nas mãos da Shakira (Waka-waka) outra pesonagem deste Mundial.
Deu o que falar a relação conflituosa do técnico do Brasil com os órgãos de mídia. Não há ninguém cem por cento certo ou errado neste embate. Contudo, um episódio foi emblemático:
Don Diego não perdeu a estrela. Técnico da seleção argentina chamou para si a atenção, nas coletivas, no pré-jogo, à beira do gramado, no luto pós-eliminação. Maradona, que por sorte não teve de cumprir sua promessa de sair pelado, mostrou que a jabulani é sua amiga:
Não só a vice de 2006, como também a campeã, Itália, ficaram na primeira fase da copa 2010. Entretanto, os barracos que os franceses protagonizaram ficaram para os anais. Ofensas, dispensas, demissões, e o toco do Domenech em Parreira foram uns dos atos deste drama bleu.
A periguete paraguaia robou a cena com seu celular dentro da área de serviço.
O vocalista dos Rolling Stones torceu para os EUA, para Inglaterra, pro Brasil e deu no que deu. Saravá, Mick!
O molusco alemão cravou os vencedores de todos os jogos da Alemanha e de quebra a final.
Fora o show a parte da torcida feminina dos Países Baixos. Um fato foi notável, contrastando com a clausura de Dunga e seus pupilos, os jogadores holandeses ganharam um dia (noite) com as namoradas. A cena da despedida é legendária.
O capitão campeão e a bela repórter espanhola foram alvos de críticas, mas no final saíram por cima. ¡Dále Iker!
Mais do que nunca (ô loco bixo), este foi um espetáculo televisivo, foi para mim (e muitos outros) a primeira copa em HD. Houve transmissão em 3D também, de todos os jogos. As mais 30 cameras não perderam um lance, nem a melecada do Joachim Löw ,que preferíamos não ter visto. As câmeras captam mil quadros por segundo, normalmente são 30, possibilitando um slow-motion incrível. Tinha ainda a skycam com quadros fantásticos. Vai ser difícil assistir a futebol comunzão doravante.
Inegavelmente esta foi a copa do Twitter, em 2006 ele não existia, até 2014 só Deus sabe o que terá surgido. O site nesta copa "baleiou" como só nos seus primórdios. Viu-se o fenômeno CALA BOCA GALVAO, proliferar mundo a fora, depois foi a vez dos #felipemelofacts dominarem. Outra novidade foram os live tweets da copa.
Update:
Tinha me esquecido de citar o programa que fez minha diversão antes e durante a Copa. Bruno Aleixo sempre impagável, conduziu mesas redondas sobre cada seleção do Mundial. E comentou os jogos da Copa Sulafricana. Imperdível.
02 julho, 2010
Esperando: mês 7
18 junho, 2010
O dia em que apertei a mão de Saramago
Desde então li muitos outros livros do Saramago, com destaque para "O evangelho segundo Jesus Cristo", que comprei num sebo no Maletta com intuito de ler durante minha viagem de mochilão à Espanha. E assim foi, comecei no avião e terminei alguns dias após voltar ao Brasil. Aqueles personagens me fizeram companhia e me conectavam com o português. Saramago me fez admirar mais e mais nossa língua e nossa relação com Portugal e outros lusófonos.
Certo dia soube que Saramago viria a Belo Horizonte em 30 de outubro de 2005. Valeu a correria para comprar o livro que ele vinha lançar, "As intermitências da morte". Valeu a espera para conseguir entrar no Grande Teatro do Palácio das Artes cujos mais de 1500 lugares estavam lotados.
Entrou aquele senhor de mais de 80 anos, alto e vigoroso, aplaudido de pé. Na sua firme serenidade, falou sobre o livro e sobre diversas questões. Não se deteve em criticar a perfomance que uniu um violoncelista a dois atores lendo passagem de seu romance.
Ao final uma sessão de autógrafos, uma enorme fila e na ponta José Saramago solícito e altivo. Assinou meu "As intermitências da morte", como combinado, escrevendo apenas seu nome e data. Pedi-lhe então que autografasse também "Ensaio sobre a Cegueira" que havia presenteado a Julieta. Foi quando ela lhe disse "O evangelho segundo Jesus Cristo mudou minha vida, agora estou lendo o Ensaio sobre a Cegueira" e José respondeu, levemente sorrindo, "e estás a tornar a mudar", ou algo assim. E nos apertou as mãos. Valeu Saramago!
Hoje recebo a notícia de sua morte e, apegado, penso que o queria mais entre nós. Ateu que era consideraria este o fim definitivo de sua existência, mas sua obra o eterniza. E de todo modo vale a frase inicial do livro que tenho autografado "No dia seguinte ninguém morreu" o que se torna hoje verdade, ao menos para ele.
Fotos daquele dia.
31 maio, 2010
Esperando: mês 6
Manuela tem mexido bastante e eu já senti com a mão, às vezes dá até para ver o movimento. Mais e mais queremos ela aqui perto, chorando, mamando, dormindo.
24 abril, 2010
Esperando: mês 5
Fomos no hospital fazer o ultrassom, Julieta, minha mãe, minha irmã e eu. Segue o vídeo deste momento;
Neste quinto mês a barriga cresceu de vez e mais ninguém , nas filas preferenciais, duvida que a Julieta está grávida. Julieta já sente ela se mexendo, tem passado bem, salvo esporádicos enjoos e uma dor no cóccix, que deve levá-la a fazer fisioterapia.
Bem menininha, Manuela já tem uma gaveta cheia de sapatinhos e um par de brincos de pérola com brilhante dados por sua bisavó Maria.
05 abril, 2010
22 março, 2010
Esperando: mês 4
O mês passou voando, a barriga vai crescendo e vamos nos encontrando.
18 fevereiro, 2010
Esperando: mês 3
24 janeiro, 2010
Esperando: mês 2
O segundo mês foi marcado por muito calor e enjoo. Recebemos também os primeiros presentes, um pagãozinho vindo da Bahia dado pela Paula. Um macacãozinho de patinho, presente da Amanda e família. Chegamos a visitar alguns apartamentos no Rio de Janeiro para nos mudar.
Houve então a triste notícia da minha vó, que segue internada em estado delicado. Fomos às pressas para Belo Horizonte, onde mesmo dentre a crise nos sentimos bem. O Leo meu amigo e a Lígia nos visitaram. Izabel nos presenteou com uma bolsa cheia de roupinhas de recém-nascido. A Branca trouxe presente da viagem e um ursinho mandado pela Marilda. E mais o berço prometido por minha mãe.
De volta ao calor do Rio, tomamos uma decisão de grandes consequências; vamos nos mudar para Belo Horizonte. Há pouco a ser abandonado aqui, Julieta pediu demissão na loja, e pediu para sair da peça, cuja primeira reunião se revelou pouco animadora. Devolveremos o apartamento para o Bernardo um mês antes do contrato findar.
Para terminar tivemos a notícia de um priminho que nascerá pertinho do nosso. Muita alegria e esperança, neste mês conturbado.
Ah, e os nomes finalistas já estão definidos.
22 janeiro, 2010
Foi um Rio que passou em minha vida
Coisas de que vou sentir saudade do Rio:
- Vista do Cristo da Janela
- Visitas ao Professor Dobbin
- Padeiro na porta de casa
- Saber que o mar está logo ali
- Feira de sábado na Gal. Glicério
Coisas de que não vou sentir saudade do Rio:
- Os motoristas de ônibus malucos
- O calor excessivo e úmido
- A falta de ordem
- A malandragem ímproba
- Os motoqueiros buzinando
10 janeiro, 2010
Esperando: mês 1
O começo real, a concepção, se deu, desapercebidamente, em dezembro de 2009. Época em que estava me preparando para o concurso do IPHAN, em que completávamos 6 anos juntos, quando o Flamengo foi campeão brasileiro, e quando houve a passagem da Dinda (Julieta).
No princípio é tudo muito abstrato, mesmo para Julieta, quanto mais para mim. Os seios estão maiores, nada mais se percebe. Diferentemente de outras possíveis vezes não fiquei ansioso, nem pensei muito concretamente nos desdobramentos, mas agora era um fato.
Era hora de comunicar aos queridos. O primeiro a saber foi o João, que casualmente atendeu ao telefone, Gabriel ganhará um priminho. Daí foi a vez de Isabel que quase não acreditou. Na minha casa, calhou de estarem ao redor de minha mãe, ao saber que seria vovó, uma plateia animada de futuros tios e bisavó. Meu pai soube depois por essa mesma turma, está registrado em vídeo.
Professor Dobbin ficou muito feliz e minha vó Dalva teve motivo para se alegrar em meio à dor. Seguiram-se vários telefonemas, emails, mensagens de todo tipo. O que só fez concretizar mais o rebento vindouro.
Na sexta-feira dia 8 fui à rua comprar um suplemento indicado para gestante e comprei o primeiro presente do pequeno, um par de sapatinhos amarelos. Mais tarde foi a hora de fazer e plano de saúde para Julieta.
Foi preciso comunicar também a diretora das peças que Julieta encenará que para seu alívio recebeu a notícia com rejúbilo e sem ressalvas ao trabalho a ser feito.
A busca por possíveis nomes já começou com tudo, até se antecipando ao exame. Os candidatos estão na mesa.
Sábado o calor castigou aqui no Rio, e o passeio na feira foi sofrido para Julieta. À noite fomos a uma festa de aniversário e o que a incomodou foi só o dedo do pé fraturado. Domingo foi a vez da prima Paula traz uma Chandon para brindarmos.
A espera para que os sapatinhos sejam preenchidos está apenas começando.