28 agosto, 2007

Série séries #7

Friends








Difícil não gostar de Friends. Foi talvez a série em que mais me viciei. Esperava ansioso pelos episódios inéditos de terça-feira e ainda assistia diariamente às reprises.

São os amigos que qualquer um queria ter, bonitos simpáticos. As situações que vivenciam são menos marcantes e reais que as de Seinfeld, mas não menos deleitosas para o espectador.

Nova Iorque se fazia, na série, extremamente atraente, na figura do inverossímil Central Perk (os autores brincaram com isso algumas vezes, uma vez os amigos entram e não encontram lugar para se sentar e partem desconsolados, em outra Chandler expulsa uns garotos que se sentaram no sofá deles.)

Seus criadores são David Crane e Marta Kauffman (de outra serie de que gosto) fizeram dos seis personagens principais ícones pop (os atores chegaram a ganhar 1 milhão de dólares por episódio) e criaram uma grande saga em dez temporadas.

23 agosto, 2007

Hai-kai #6

Uma volta, uma ida,
um destino traçado além.
Uma incognita chamada vida.


28/02/2005

Jesus fazia teatro
o deserto foi seu palco
Deus seu diretor


1/03/2005

Do passado uma figura
que envelhece e se esvai, mas,
num rincão de memória, perdura.


2/03/2005

15 agosto, 2007

Pequenas Lembranças #7

Furos

Um dia chegou no apartamento da rua Amparo um ser pequeno e careca. Era o terceiro deste tipo. Desta vez mais magro, de choro mais estridente, desta vez menina. Passaram pouquíssimos dias de sua chegada, talvez nem um completo, e entrou uma enfermeira no quarto de meus pais, onde ficava o bebê. Haviam me adiantado o que iria acontecer, fiquei de espreita na sala adjacente e de lá ouvi o choro e os dois estampidos secos que furaram os lóbulos da minha irmã, a quem chamaria Dedeza, Dedê, Pitinina, e hoje simplesmente Andreza. Saiu do quarto com um brinquinho de ouro com, salvo engano, uma pequena pérola, em cada orelha.

Por mais que me dissessem que não doía, me causava espanto que fizessem algo tão bruto a um ser tão pequenino e frágil.

09 agosto, 2007

Ramones no CBGB's


Quisera estar ali.
Um momento seminal, de vanguarda.
Energia em seu estado puro, feita em música.

08 agosto, 2007

Hai-kai #5

Pra mim chega
Eu não agüento mais
Eutanásia

24/02/2005

Se eu pudesse ficava ali
mas meu tempo acabou
o que de bom ficou não tem fim

25/02/2005

Uma festa da Industria e do Capital
e seus artistas em breves momentos
de protesto velado e beleza transcendental

27/02/2005

02 agosto, 2007

Terra

“Parecia tão frágil, tão delicada, que se tocasse com o dedo ela ia esfarelar e se desmanchar.” Isso é de James Irwin, membro da tripulação da Apollo 15.

O astronauta Loren Acton disse tê-la visto “contida no revestimento fino, móvel e incrivelmente frágil da biosfera.”

Para Aleksei Leonov, o primeiro homem a andar no espaço, a Terra parecia “comoventemente sozinha.”

E quando o controle de terra perguntou a Vitali Sevastyanov o que ele viu, ele respondeu, “Meio mundo à esquerda, meio mundo à direita, posso ver tudo. A Terra é tão pequena.”

Neil Armstrong disse, “Levantei o polegar e fechei um dos olhos, e meu polegar ocultou o planeta Terra. Não me senti um gigante. Me senti muito, muito pequeno.” E Neil Armstrong mencionou um sentimento que era “complexo, implacável.”

E Ulf Merbold: “Pela primeira vez na vida, vi o horizonte como uma linha curva, acentuada por uma fina camada de luz azul-escura. Sua aparência frágil me aterrorizou.”

Em 18 de março de 1965, Alexei Leonov saiu da cápsula principal da Voskhod2 empurrando-se de cabeça pela abertura. Um cordão de segurança de cinco metros o prendia à nave. Se arrebentasse, ele vagaria para sempre. Embora a espaçonave estivesse viajando em grande velocidade, não havia ar correndo ao redor para que ele pudesse senti-lo. Ele girou devagar por dez minutos. Mas quando o co-piloto Belyayev ordenou-lhe que voltasse, ele não quis retornar.

Alguns meses depois, Edward White andou no espaço por 20 minutos, embora o termo seja enganoso, pois o movimento é de queda livre ou flutuação. Vista a 25 quilômetros de distância, a terra era quase incaracterística. Quando voltou para a espaçonave, ele tinha perdido 5kg de massa corporal e 2kg de transpiração tinham se acumulado em suas botas. Mas ele também não quis retornar à cápsula. Quando recebeu ordem de voltar à nave espacial, ele disse, “Esse é o momento mais triste da minha vida.” Seu co-piloto o puxou de volta. Em 27 de janeiro de 1967, dois anos depois de sua caminhada no espaço, Edward White morreu num incêndio no Complexo de Lançamento 34 da Estação Aérea do Cabo Canaveral. Ele tinha entrado na Apolo 1 para uma contagem regressiva simulada, junto com o Piloto de Comando Grissom e o Piloto Roger Chaffee, quando o incêndio começou. Anos depois, a esposa de White tirou a própria vida.