28 fevereiro, 2008

Guitar #5

Tom walked in with the guitar over his shoulder and a can of Budweiser in his right hand. His eyes were sad, always wet. His steps were unsteady and he didn’t hit any passenger with his guitar just by chance. He crossed almost the whole carriage and stopped in front of the last door. He tried to stand still, but the movement of the train and the alcohol in his empty stomach made he move back and forth like in a weird dance. Carefully, Tom looked for something on the floor. He was satisfied with a gap between two seats, and there he laid his can of beer. He came back to the space near the door, got the guitar, hit the strings without making much noise. After a few attempts, Tom energetically played some chords and started singing loud. He sang sad songs about lost loves, and lost people much like himself.

26 fevereiro, 2008

Guitar #4

Jojo andava displicente, com atenção exclusiva ao seu livro, uma história da origem de Hannibal Lecter. Gostava de literatura assim, ágil e tensa, com algum suspense psicológico. Nas telas vira apenas o longa original, e isso quando era bem jovem, se lembra de pouco mais do que do aspecto medieval da máscara que continha o canibal. Nas páginas lera tudo que dizia respeito ao Dr. Lecter. Mal pisara na estação viu que o trem estava prestes a partir, e correu. As portas que já estavam cerradas foram reabertas pelo compadecido condutor. Jojo se pôs de pé frente a porta, olhos fixos na leitura.

25 fevereiro, 2008

Guitar #3

Alguém esperava Ethan. Sua esposa e sua filha unigênita. Contudo, não estava satisfeito. Não havia motivo aparente, mais estava irritadiço e sem paciência para nada e para ninguém. Seu trabalho demanda que circule bastante e use bastante o celular. Odiava telefones. Entrara no trem falando no celular, desligou, sentou-se, carregava também como de costume seu laptop, e um sacola com umas compras para casa. Gostava de fazer agrados para a filha, mas esquecera-se da mulher havia tempos. Ela notava.

02 fevereiro, 2008

Guitar #2

Do lado de Claire se sentou Adolf. Era criancinha de colo quando seu xará invadiu a Polônia e quis expandir o Terceiro Reich mundo afora. Passou a carregar o fardo de dividir o pré-nome com o mais notório déspota do seu século. Usar o bigode que usava era uma afronta, e só teve coragem de fazê-lo sexagenário. Já não tinha muito cabelo na cabeça e o resto dos pelos estavam brancos em sua maioria. Fazia um trabalho vonlutário e a essa hora já estava voltando para casa, satisfeito, embora não tivesse ninguém que o esperasse.



Guitar #1

Claire tinha os olhos fechados. Não sei se por causa do sol que brilhava intenso na altura do seu olhar, ou porque simplesmente queria fechar- se no seu próprio mundo. Cansada estava do mundo externo, cheio de preocupações, obrigações e distrações fúteis. Naquela tarde saíra de casa particularmente desanimada. Acordara tarde, comera qualquer coisa porque tinha de fazê-lo. Quedou-se frente a televisão sem prestar atenção às imagens. Vestira-se com desleixo, e saiu chateada por saber que logo estaria escuro. Ao se sentar na direção contrária à direção do trem, para ficar sozinha num banco, não se deu conta de que o sol estaria baixo e sua luz fraca de inverno viria de encontro a seu rosto.




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