31 dezembro, 2014

Melhores filmes de 2014

Mais um ano de poucos e bons filmes.

-->
1- 12 years a slave


















2- Inside Llewyn Davis


















3- About Time

















4- Boyhood















5- X-Men Days of Future Past















-->
Mais bons filmes vistos em 2014:

  • Gone Girl
  • The Immigrant
  • Virunga
  • Frank
  • Under the skin
  • Hoje eu quero voltar sozinho
  • Guardiões da Galáxia
  • Capitão America: O Soldado Invernal
  • The Normal Heart
  • Nymph()maniac
  • A Caça
  • Nebraska
  • Prisoners
  • Black Fish
  • Her
  • Blue Jasmine
  • Captain Phillips
  • The Wolf of Wall Street
  • Frozen
  • Frances Ha
  • The Bling Ring
  • Good Vibrations

30 junho, 2014

sobre memórias

"Costumo me surpreender com a minha facilidade em me perder facilmente em uma memória da minha infância, a ponto de até perder temporariamente a conexão com o presente. Ao mesmo tempo, ainda vivem dentro de mim as falsas memórias que criava, quando criança, de como poderia ser a minha vida como adulto; parecia absolutamente impossível que eu iria crescer, me tornar um homem e até ser pai, assim como hoje parece cada vez mais impossível que eu já tenha sido uma criança. Um das razões pelas quais acho que nos sentimos compelidos a contar e recontar histórias sobre nós mesmo é que nossas memórias tornam-se simplesmente cada vez menos críveis a medida que envelhecemos: como elas são dependentes de linguagens, parecem secar com o tempo. É quase como se estivéssemos reidratando-as a cada vez que as contamos."



Chris Ware
Genial quadrinista americano, autor de Jimmy Corrigan e Building Stories



12 junho, 2014

Pequenas Lembranças #14

Se enamora

Desde quando consigo me lembrar sempre houve uma menina de quem eu gostasse. Na pré-escola, eu tinha uma namoradinha, já não lembro seu nome. Algo me diz que era Isabela. Tem uma foto perdida por aí, nós dois caracterizados de caipiras na festa junina do Sorvetinho. Eu falava que ela era minha namorada, e que ela ainda tinha outros. O discurso machista dizia; era você que devia ter várias namoradas. A situação não me incomodava. 

E fui assim, pulando de paixão em paixão. Houve Letícia, houve Paula, houve Bárbara e outras cujos nomes esqueci. Nem dos rostos me recordo mais. Eram paixonites, basicamente estéticas, não tinha nada, ou quase nada de sexual. Fica feito bobo admirando as pequenas musas. Gostava de vê-las andando, falando, rindo, me encantava seu cheiro, sua voz.

Estas paixões, sempre foram platônicas. Nunca agi, nunca me declarei. Vivia-as intensamente até que se esvaíam. E num belo dia, como um raio, a visão de outra menina reacendia algo no menino tímido que eu era. 

Muitas vezes a simples ideia de ver a menina da vez era motivo bastante para me animar a levantar e ir para o colégio. Certa vez fomos em família para a praça da Assembleia. Eu, mais velho que meus irmãos, e sempre muito caseiro, não estava muito interessado no passeio. Contudo, chegando lá, para minha surpresa avistei 'ela' com sua irmãzinha, e o passeio se tornou bem mais interessante. 

Custou anos de amadurecimento para descobrir o amor verdadeiro, que já não é só uma pequena lembrança.

31 maio, 2014

Parto do Henrique

O parto do Henrique começou ainda na gestação da Manuela. Julieta tinha já uns sete meses de gravidez. Vínhamos lendo, estudando, pesquisando, mas ainda não sabíamos o suficiente. Tínhamos mais informação sobre a gravidez em si, até sobre cuidados com um recém-nascido, mas muito pouco sobre o parto. Foi lendo o relato de parto da Letícia que atinamos para esta falha e novas janelas se abriram. Os encontros do grupo Bem Nascer também foram importantes, muito mais relevantes e esclarecedores que os cursos de maternidades tradicionais. Seguiu-se muita conversa, leitura e vídeos. A tecnologia hoje permite compartilhar experiências mundo afora, inclusive no audiovisual, que aumenta o impacto. Assistimos também ao belo longa “Orgasmic Birth”, na época ainda não existia o nacional “O Renascimento do Parto”. Entramos em contato com uma doula, figura que a princípio eu não entendia e chegava a achar despropositada, mas que se mostrou de suma importância.

E assim foi se desenhando o parto da Manuela, um parto vaginal sem analgesia na suíte PPP (pré-parto, parto e pós-parto) do Hospital Dia e Maternidade Unimed, com uma médica que pouca ou nenhuma experiência tinha neste tipo de parto e duas doulas. Foi maravilhoso, mas poderia ser melhor.

Nos três anos que se seguiram, Julieta esteve cada vez mais engajada na causa do parto humanizado. Houve o parto da Flávia em São Paulo, Miguel não nasceu em casa por um detalhe. E vimos que a transferência para o hospital num parto domiciliar é possível e tranquila. Houve o parto da Natália no Rio de Janeiro, e o outro Miguel, contra todos os lugares-comuns, nasceu em casa, num VBAC (Parto Normal após Cesárea) com seus mais de 4 quilos e mais de 40 semanas de gestação.

O caminho natural era que nosso segundo filho nascesse no conforto da nossa casa. Contudo, havia ainda alguns receios. Ao nos livrarmos dos incômodos que um hospital traz, passaríamos a assumir ainda mais responsabilidades e riscos. Tivemos então todo apoio do médico ginecologista obstetra, da equipe de enfermeiras obstetras e da doula. A Julieta é uma mulher forte e interessada, ao lado dela é fácil tomar decisões. Não é um caminho, fácil. Não é para qualquer um, mas também não para tão poucos. Cria-se uma cultura do medo, que põe a mulher numa posição submissa e fragilizada. Vende-se que a cesárea, uma cirurgia de médio porte, é mais segura que um parto normal. Levou-se para o hospital mais um evento corriqueiro, hoje nasce-se e morre-se num ambiente um tanto hostil e nada familiar. Poucos têm conseguido se livrar desta sina.

Outra preocupação era o papel da Manuela no nascimento do irmão. Ela sempre foi muito racional, mas ainda assim não deixa de ter apenas três aninhos e o elemento mágico fantasioso é muito forte e importante. Nossa então unigênita deve muita dificuldade para lidar com a ansiedade da espera do bebê. Se fossemos para uma maternidade e a deixássemos com os avós, seria penoso, pois isso nunca aconteceu antes na sua vida. Em casa seria mais fácil, embora durante o trabalho de parto não sabíamos como proceder com ela.

No fim da tarde de sexta-feira, após sessão de massagem e escalda-pés com a Doula, Julieta foi tendo contrações cada vez mais amiúde e regulares. Sabíamos que a noite ia ser longa. Fui pra cama com a Manuela. É comum que após um tempo comigo, findas as histórias, ela chame pela mãe. Não foi assim naquela noite. Demorou um par de horas, mas ela dormiu sem reclamar. Nisto, Julieta estava no chuveiro com tantas contrações que mal conseguiu ligar para a doula. Esta chamou as parteiras. Comecei então os preparativos. Logo chegaram, a doula e as enfermeiras. Não houve tempo para ansiedade da minha parte. No quarto do Henrique, inflamos a piscina e começamos a esquentar água para enchê-la. E isso levou tempo. A cada chance ia ver a Julieta, que estava concentrada e cada vez mais perto da “partolândia”, com ocitocina a mil. As meninas da equipe me diziam que não ia demorar, mas eu parecia não acreditar. Perguntei se já podia ligar para minha irmã, que queria assistir ao parto do futuro afilhado. Liguei por volta das 22:40. Mal a banheira tinha água suficiente, Julieta passou do nosso quarto para lá. Vinha trazendo um balde de água quente quando me deparei com um quarto tomado por uma luz azul, Julieta sentada na água com um sorriso no rosto, sendo acariciada pela parteira. Foi o último balde. Disseram – já está vindo, ainda não dei muito crédito, o expulsivo ainda deveria durar uma meia-hora. Pois armei a câmera no tripé e vi que a coisa não seria bem assim. Após poucas contrações e um leve grito, vi o rostinho do Henrique aparecer sereno. Depois de mais uma contração ele acabava de vir para este mundo. A enfermeira desfez duas circulares de cordão que ele tinha. Era um bebê cumprido, parecia que não acabava de sair. Chorou o choro da mudança. Foi para os braços da mãe, onde se aconchegou pele com pele, e onde pude acariciá-lo. Como fiz com a Manuela, agora primogênita, Julieta cantou para o recém-nascido, que de pronto mamou, e o fez por muitos minutos. Minha irmã chegou neste momento, com os dois ainda na água. Nosso filho só saiu do colo da mãe, para vir para o meu, o do pai. A felicidade e a sensação de plenitude são indescritíveis. Tinha cortado o cordão umbilical, que havia pulsado pelo tempo que precisou. Mais tarde veio a placenta, que tomou seu tempo para sair. Deram os pontos, na pequena laceração que a mãe sofrera, e foi o único momento que vi Julieta gemer de dor. A equipe, cuidou da limpeza do quarto, guardou os equipamentos que não se fizeram necessários. Aninhados, contemplávamos nossa cria. Eram duas da manhã, e os pais da Julieta, chegaram trazendo uma deliciosa sopa de legumes, que nos reabasteceu a todos. Às três, estávamos dormindo os três, na nossa cama.

Henrique nasceu dia 18 de abril de 2014, às 23:15, pesando 3,76Kg e medindo 53cm. A Manu ficou dormindo e não viu nada, na manhã seguinte, acordou com a surpresa. E fez a pergunta inocente; mamãe, você estava dormindo também?


Foi tudo lindo e perfeito, se é que existe perfeição. Mas não posso deixar de glorificar o papel da Julieta que se empoderou e assumiu o protagonismo do momento mais feminino da humanidade. Que outras mulheres sigam este exemplo. Tenho memórias para toda vida que este relato só resvalou. Henrique é um presente que veio completar nossa família.


25 março, 2014

Tirinhas

Meus autores de tiras favoritos


Bill Watterson criador de Calvin e Haroldo uma das melhores e mais populares de todos os tempos. Epítome da infância.








Liniers, o argentino Ricardo Liniers Siri assina a tira Macanudo e tem utilizado este espaço como ninguém.







Laerte, um gênio inconteste que se reinventa constantemente. Li pouco da sua obra mais célebre, Piratas do Tietê, mas adoro Overman e sua fase atual mais abstrata.






Vitor Cafaggi, Puny Parker é um deleite para os fãs do Homem-Aranha, depois este belorizontino fez Valente um personagem adorável com histórias envolventes.









Will Leite mais um jovem brasileiro que tem uma nova produção divertida e competente, com um interessante rol de personagens, destaque para Dona Anésia.

22 março, 2014

American Comics

Os melhores runs nas séries regulares de super-heróis.


Homem-Aranha do Stan Lee e vários artistas, especialmente com John Romita, de 1963 a 1971


X-Men do Chris Claremont e vários artistas, especialmente com John Byrne, de 1975 a 1991


Demolidor do Frank Miller e vários artistas, especialmente com David Mazzucchelli, de 1979 a 1986


Authority do Warren Ellis com Bryan Hitch e do Mark Millar com Frank Quitely de 1999 a 2002


Os Supremos do Mark Millar com Bryan Hitch de 2002 a 2004


E ainda não acabou, mas merece menção, Hawkeye do Matt Fraction e vários artistas, especialmente o David Aja desde 2012

Logicamente tem muita coisa boa que eu ainda não li.