24 dezembro, 2008

Borgeando

A verdade é que vivemos adiando tudo o que é adiável; talvez todos nós saibamos no fundo que somos imortais e que, cedo ou tarde, todo homem fará todas as coisas e saberá tudo.

J. L. Borges

13 dezembro, 2008

60 anos Direitos Humanos

A presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo I - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

'E agora, que fazemos, que podemos nós fazer?'
Quase sem ter de pensar, respondi-lhe: 'Queres uma causa? Tens aí os direitos humanos.'
O mundo não daria pela falta se a Declaração fosse dada amanhã como nula e inexistente. O seu desaparecimento físico viria apenas confirmar a realidade objectiva da ineficácia de um texto cheio de boas intenções, reduzidas hoje a zero pela inoperância das entidades políticas responsáveis, a começar pelos governos e a terminar nas próprias Nações Unidas.” José Saramago


"Completei 60 anos a 10 de dezembro. Sou um dos mais destacados consensos entre os associados à ONU. Fui aprovada por 192 países. No entanto, raros os que me respeitam.
Infelizmente não recebi, até hoje, aprovação do Estado do Vaticano. Logo ele, que se propõe a defender os valores encarnados por Jesus, que coincidem com os meus.
Sou um projeto de futuro. Só à medida que eu for assumida e respeitada a humanidade haverá de desfrutar a felicidade como experiência pessoal e fenômeno coletivo.
Meu nome é Declaração Universal dos Direitos Humanos."
Frei Betto

13 novembro, 2008

10 anos

Há exatos dez anos acontecia minha festa de formatura no Santo Antônio. Foi uma noite divertida. Acima de tudo foi uma celebração do encerramento de 12 anos num colégio onde muito aprendi. Onde conheci algumas da melhores pessoas que passaram por minha vida.
13 de novembro de 1998, eu tinha 17 anos e meio.
Nesta foto do meu casamento estão alguns desses amigos que estavam lá.
O Gabriel, de bico, que só conheci em 1999 na Faculdade.
O Carrrara, desde 1994, Rey desde 1997, Samartini e Leo desde 1991.

24 outubro, 2008

Aprendiz

"Amava a mulher
A mais não poder
Por isso fazia
Seu grão de poesia
E achava bonita
A palavra escrita
Por isso sofria
De melancolia
Sonhando o poeta
Que quem sabe um dia
Poderia ser"

Vinícius de Moraes

30 agosto, 2008

Que nem Drumond

Leonardo amava Julieta que amava João
que amava Juliana que amava Gabriel
que era amado por todos.

21 julho, 2008

Pequenas Lembranças #10

Jogo

Quando era pequeno gostava de viajar sentado no banco de trás com os cotovelos apoiados nos bancos da frente, mirando reto a estrada. Assim evitava o enjoo. Certa vez lembro de viajar com meu pai e meu avô, seu pai. Mal o vovô acendeu um cigarro, não pude conter o vômito. Mas o que motivou o post foi um jogo que Vô Iraci fazia quando viajamos. Cada caminhão que vinha no sentido oposto da rodovia que fosse da Mercedes Benz representava um ponto para ele; todos de qualquer outra marca era ponto para mim. Lembro que ele ganhava quase sempre.

12 julho, 2008

Série séries #9

Cidade dos Homens

Dou um salto cronológico nesta série, para falar da melhor coisa que vi na Televisão brasileira, possivelmente, em toda minha vida. De fato, pela TV vi pouco, quase nada.

Cidade dos Homens produzida pela O2 foi exibida na Globo de 2002 a 2005. Conta a história da amizade dos personagens criados para o Curta-metragem que precedeu Cidade de Deus, Laranjinha e Acerola. A equipe de criação contou com profissionais da mais alta categoria, como, Cesar Charlone, Fernando Meireles, Jorge Furtado, Guel Arraes, Paulo Moreli, Regina Casé, Cao Hamburguer, Casseta & Planeta, etc. Aqui em Londres a série é bem afamada. E a biblioteca da minha Universidade tem DVDs com todos os capítulos. Assisti então a todos e me encantava e impressionava com a qualidade do programa. Roteiro, fotografia, edição tudo impecável, destaque para a atuação de Douglas Silva, que foi inclusive indicado ao Emmy.

O primeiro episódio é um primor. Apenas alguns da última temporada ficaram mais abaixo da média. Revi o longa que sucedeu o série e gostei mais desta vez. As partes do tráfico que me incomodavam muito, ficaram mais palatáveis, pois conhecia os personagens e suas dinâmicas.

Se não viu ainda corra e alugue ou baixe na internet, Cidade dos Homens.



10 julho, 2008

16 junho, 2008

Weezer - Red Album



Muito bem, mais um disco do Weezer. Banda que carrega o status de minha banda preferida em atividade. A competição ficou fácil com o Los hermanos fora do páreo. Não escuto muito das coisas novas que surgem, nada novo me chama atenção há algum tempo, talvez desde Is this it?. No mais Rock não está dominando meu Laptop hoje em dia.
Mas voltemos ao Weezer no seu sexto Album, o terceiro Self-titled. Depois do Azul e do Verde, agora é vez do Vermelho. Já tinha ouvido "Porks and Beans" a música é legal, e o vídeo, com referências e reverências aos hypes do YouTube é demais.
O CD tem as tradicionais 10 faixas, mais quatro bonus na edição Deluxe e ainda mais duas extras na versão Britânica.
"Troublemaker" a primeira faz uma apresentação à-la "My Name is Jonas", como pontuou o próprio Rivers Cuomo. As canções são bem auto-biográficas como de costume. Mas faltam a vitalidade das antigas. "Dreamin' " é a alegrinha da vez. Em "Thought I Knew" composta por Brian Bell, a banda troca de funções e esta surge como uma das mais diferentes e interessantes faixas do álbum.
A que me causou melhor impressão, contudo, foi "Cold Dark World" cuja melódia é do baixista Scott Shriner. A décima, "The Angel and the One", é como reza a tradição uma música mais melancólica.
As bonus-tracks também valem a pena, especialmente "Miss Sweeney", a preferida de Brian.
As impressões sobre as músicas mudam após várias audições. Mas uma coisa é fato há anos Weezer não é mais o que era, e a impressão causada pelo Blue Album ou pelo Pinkerton, dificilmente vai ser igualada.

27 maio, 2008

Guitar #7

Ethan was on the phone, and complained about the disturbing sounds made by the man and his guitar. Claire kept her eyes closed, and felt lighter than ever. Adolf smiled even more, led by memories brought by the tune. The old man got off on the following station and on his way out addressed a big smile towards Tom. Tom finished his song and went through the carriage asking for a helping contribution. Ethan, after all his complaints, was the only one to spare some change. Tom got his beer back and followed his way, not knowing how much he had affected people’s lives that afternoon.

04 março, 2008

Guitar #6

Jojo, who was next to him, with the eyes on the book, moved away and took a seat, trying to avoid that distressing sound. But now there was not only the reading, there was this country-like music mixing the thoughts. However it did not upset Jojo, it became a soundtrack that improved a quite tense part of the book.

28 fevereiro, 2008

Guitar #5

Tom walked in with the guitar over his shoulder and a can of Budweiser in his right hand. His eyes were sad, always wet. His steps were unsteady and he didn’t hit any passenger with his guitar just by chance. He crossed almost the whole carriage and stopped in front of the last door. He tried to stand still, but the movement of the train and the alcohol in his empty stomach made he move back and forth like in a weird dance. Carefully, Tom looked for something on the floor. He was satisfied with a gap between two seats, and there he laid his can of beer. He came back to the space near the door, got the guitar, hit the strings without making much noise. After a few attempts, Tom energetically played some chords and started singing loud. He sang sad songs about lost loves, and lost people much like himself.

26 fevereiro, 2008

Guitar #4

Jojo andava displicente, com atenção exclusiva ao seu livro, uma história da origem de Hannibal Lecter. Gostava de literatura assim, ágil e tensa, com algum suspense psicológico. Nas telas vira apenas o longa original, e isso quando era bem jovem, se lembra de pouco mais do que do aspecto medieval da máscara que continha o canibal. Nas páginas lera tudo que dizia respeito ao Dr. Lecter. Mal pisara na estação viu que o trem estava prestes a partir, e correu. As portas que já estavam cerradas foram reabertas pelo compadecido condutor. Jojo se pôs de pé frente a porta, olhos fixos na leitura.

25 fevereiro, 2008

Guitar #3

Alguém esperava Ethan. Sua esposa e sua filha unigênita. Contudo, não estava satisfeito. Não havia motivo aparente, mais estava irritadiço e sem paciência para nada e para ninguém. Seu trabalho demanda que circule bastante e use bastante o celular. Odiava telefones. Entrara no trem falando no celular, desligou, sentou-se, carregava também como de costume seu laptop, e um sacola com umas compras para casa. Gostava de fazer agrados para a filha, mas esquecera-se da mulher havia tempos. Ela notava.

02 fevereiro, 2008

Guitar #2

Do lado de Claire se sentou Adolf. Era criancinha de colo quando seu xará invadiu a Polônia e quis expandir o Terceiro Reich mundo afora. Passou a carregar o fardo de dividir o pré-nome com o mais notório déspota do seu século. Usar o bigode que usava era uma afronta, e só teve coragem de fazê-lo sexagenário. Já não tinha muito cabelo na cabeça e o resto dos pelos estavam brancos em sua maioria. Fazia um trabalho vonlutário e a essa hora já estava voltando para casa, satisfeito, embora não tivesse ninguém que o esperasse.



Guitar #1

Claire tinha os olhos fechados. Não sei se por causa do sol que brilhava intenso na altura do seu olhar, ou porque simplesmente queria fechar- se no seu próprio mundo. Cansada estava do mundo externo, cheio de preocupações, obrigações e distrações fúteis. Naquela tarde saíra de casa particularmente desanimada. Acordara tarde, comera qualquer coisa porque tinha de fazê-lo. Quedou-se frente a televisão sem prestar atenção às imagens. Vestira-se com desleixo, e saiu chateada por saber que logo estaria escuro. Ao se sentar na direção contrária à direção do trem, para ficar sozinha num banco, não se deu conta de que o sol estaria baixo e sua luz fraca de inverno viria de encontro a seu rosto.




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01 janeiro, 2008

Coincidência

Nem eu, nem Julieta, nem Junia, nem Talita tínhamos assistido ao "Le Livre de Marie", antes de rodarmos nosso curta.