12 outubro, 2007

A morte e a morte de Paulo Autran

Um dia, cheguei no TU mais cedo para a aula e um rumor corria a escola; Paulo Autran havia morrido. Num escola de teatro tal acontecimento causa comoção. E não se falava em outra coisa. Até que surgiu o boato de que Lacraia (!) também tinha morrido.
Falando com Linares, o diretor, ele se limitou em dizer, Grande perda para o Teatro. Vale lembrar que o texto que fiz para o monólogo de teste para entrar no TU foi da peça "Liberdade" originalmente escrita para o ator. Após a aula saímos, vários alunos, fomos ao Quase Nada. Julieta ainda era somente minha amiga, neste dia se não me engano a Duda veio encontrá-la para sairem, as amigas. Na mesa do bar fizemos um brinde ao Paulo Autran.
No outro dia confirmou-se que ele não tinha morrido era nada. Estava vivo e ativo. Nunca se soube quem começou o boato, como ou porquê. Cheguei a vê-lo no palco por duas vezes. Uma peça com Cecil Thiré, "Variações Enigmáticas" e seu monólogo "Quadrante". Aliás, sob o mesmo título, Paulo Autran apresentava um quadro na rádio BandNews. Esses três minutos enchiam de arte e emoção (além de admiração) meu trajeto de fim de tarde, do trabalho para casa. Por mais de um ano ouvi as crônicas, poemas e contos de diversos autores na voz deste gênio da interpretação, diariamente, às 17:15.
Agora estou em Londres de onde pensei em ouvi-lo via internet. Ainda não tinha feito isso, até que vejo num site qualquer a notícia da morte de Autran. Agora sim ele se foi, aos 85 anos, deixando um legado importantíssimo, e a certeza de uma vida bem vivida. Tentem ouvi-lo no site da BandNews.
E vamos ao Teatro!

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