05 junho, 2007

Pequenas Lembranças #2

Sorvetinho

Da minha primeira escola pouco lembro, ficava mais embaixo na minha rua mesmo a Amparo. Lembro ter dificuldade com seu nome, sempre confundia com Sovertinho, algo que acabo de constatar, ainda me acontece. Uma leve dislexia (a exemplo de Saramago) sempre me perseguiu. Quando criança dizia Mánica, ao me referir às maquinas, e caçapete ao referir ao equipamento de segurança. Não consta que fizesse o erro clássico de chamar aquela praga dos cinemas de popica. Depois da alfabetização passei a confundir “V” com “F” amiúde, até hoje me acontece de quando em vez e tenho que pensar em palavras óbvias como FACA e VACA ou FOGO, etc. Às vezes acontece com T e D, e outras letras também.

Foi no Sorvetinho com meu uniforme azul claro axadrezado, e quichute(?) amarrado canela acima, que tive minhas primeiras aulas, mas devo dizer que não recordo de nem um momento dentro da sala de aula. Lembro sim do pátio externo, uma garagem que com segurança é muito menor que minhas lembranças. Ali havia um espaço que lembrava uma caverna e o era na imaginação das crianças, o tanque de areia, brincadeira recorrente, alguns brinquedos clássicos (balanço com certeza, escorregador por intuição).

No terraço me lembro de dançar quadrilha, e de estalar a língua reproduzindo os movimentos dos dedos, uma vez que não consegui tirar nenhum som deles como pedia a coreografia. Outro dia memorável era o de banho de mangueira, sempre aguardado com ansiedade. Levávamos calção de nadar e toalha e nos divertíamos.

Ali conheci a Marina, como prova a fotografia carnavalesca, claro que não me lembro, e só uma série de eventos futuros pôde transformar este fato em uma coincidência. Mais ou menos quinze anos depois viemos a ser colegas na escola de Teatro e nos tornamos amigos, encontrando mais tarde provas deste encontro prévio. Além da foto, um presente que ela me dera, com dedicatória assassinada, evidentemente na caligrafia de sua mãe.

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