O Prédio
No prédio onde morávamos no Barroca, na Rua Amparo, havia muitas crianças. E meus vizinhos vinham bater na minha porta, me chamar para brincar. Não me lembro de alguma vez ir eu mesmo chama-los. Muitas vezes ficava feliz com o convite, mas às vezes ficava com preguiça. Perguntava a minha mãe se podia, poucas vezes ela negava. Nosso playground era a área de manobra da garagem do prédio. Não lembro bem do que brincávamos, sei que pique-pega era um dos favoritos, e jogos com bola eram mais raros. Tínhamos um vizinho de muro, onde a bola sempre caia, era uma luta recuperá-la. Ainda não entendo tamanha impaciência com bolas extraviadas. Minha vó contava histórias medonhas de tempos remotos em que o vizinho intolerante furava a bola com uma faca diante dos olhos atônitos dos meninos.
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